O Governo de Minas Gerais decretou situação de emergência sanitária animal em razão do risco de disseminação da gripe aviária. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (27).
Na semana passada, o governo informou que não havia risco de disseminação da doença, após a destruição de 450 toneladas de ovos férteis de galinha vindos de uma granja comercial em Montenegro (RS), onde o Ministério da Agricultura confirmou um foco de gripe aviária em 16 de maio. A destruição dos ovos começou no dia seguinte, em uma granja no município de Formiga, no Centro-Oeste de Minas, e foi concluída na segunda-feira (19).
Com a eliminação dos ovos e inspeções nos animais da granja, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) descartou o risco de transmissão da gripe aviária para outras localidades do estado. No entanto, nesta terça-feira, o próprio IMA confirmou um caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em um cisne negro, ave ornamental, mantido em um sítio na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A confirmação aconteceu na segunda-feira (26), segundo o portal de monitoramento do Ministério da Agricultura.
Diante do novo cenário, o governo decretou emergência sanitária animal. De acordo com o Palácio Tiradentes, a medida é necessária para viabilizar ações de prevenção, contenção e enfrentamento à doença, inclusive com eventual mobilização de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros.
O vice-governador Mateus Simões afirmou que o Estado está tomando todas as providências para conter a doença.
“Todas as ações necessárias para garantir que não haja contaminação das aves destinadas ao comércio estão sendo tomadas. É um trabalho de vigilância sanitária de altíssima qualidade, com o uso de todos os recursos financeiros e humanos necessários. Quero dizer à população que não há qualquer risco no consumo de carne de aves ou de ovos. O risco existe apenas para quem tem contato direto com aves confinadas”, afirmou.
O governo reforçou que, até o momento, não há qualquer comprometimento da produção avícola em Minas Gerais. Enquanto a China bloqueou as compras de frango de todo o país, Emirados Árabes Unidos e Japão restringiram apenas a região de Montenegro, e a Arábia Saudita estendeu a suspensão a todo o Rio Grande do Sul.
Primeiro caso de gripe aviária no Brasil
O primeiro caso de Gripe Aviária no Brasil foi confirmado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária no dia 15 de maio, em uma granja de aves comerciais no estado do Rio Grande do Sul, no município de Montenegro. Na época, a pasta alertou que a doença não é transmitida pelo consumo das carnes das aves e nem dos ovos. Desde 2006, ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa.
Gripe aviária mais mortal no início do ano nos Estados Unidos
No início de 2025, os Estados Unidos enfrentaram um surto da doença com duas cepas ao mesmo tempo, sendo a de H7N9, com maior morte em uma granja de aves desde 2017, e a H5N1, que infectou humanos. Ainda houve uma outra variante, a H5N9, mais rara do vírus.
Essa segunda, gerou um grande número de mortes que passou de mil no país. Além disso, também foi responsável pelo aumento no preço dos ovos, já que grande parte dos produtos das aves não poderia ser comercializado.
Os Estados Unidos precisou aumentar a importação desse alimento, gerando uma grande corrida nos mercados e até uma espécie de mercado clandestino de ovos. A dúzia estava em preços próximos a R$ 60. Nesse período também, ladrões assaltaram galpões para roubar ovos. Uma carga de 100 mil foi roubada na Pensilvânia.