Servir e proteger. Esse foi o lema que, por anos, guiou o trabalho dos cães policiais Zoe, Bud e Ivy, agora aposentados e em busca de um novo lar. Com o objetivo de encontrar famílias dispostas a acolher esses animais, o Governo de Minas lança a campanha Adote um Herói.
Os requisitos para adoção foram verificados pela equipe da Coordenação de Operações com Cães (COC) da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) , responsável pelo processo. A prioridade de adoção é dos servidores da coordenação, porém, esses policiais já cuidam de outros cães, inclusive outros aposentados pela instituição.
Em regra, são destinados à adoção os cães considerados inaptos para o serviço policial e os que atingiram idade para aposentadoria: voluntária a partir dos 8 anos de idade (mediante avaliação técnica) e obrigatória aos 10.
Zoe
Nascida em 11/10/2017, a pastor belga malinois Zoe dedicou seis, dos 8 anos de vida, às atividades policiais. Começou o programa de formação da COC ainda filhote e, com 1 ano e 6 meses, já iniciou as atividades operacionais.
Com desempenho de alto nível, em 2023, Zoe auxiliou na prisão de um dos principais alvos de uma operação policial contra o tráfico de drogas desencadeada em Nanuque, Vale do Mucuri. Na ocasião, a cadela ajudou a identificar, em área de difícil acesso, uma quantidade considerável de entorpecentes.
De acordo com a investigadora Lídia Mary, condutora da COC, Zoe tem um temperamento dócil e afetuoso com pessoas, sendo, no entanto, reativa em relação a outras fêmeas da mesma espécie, o que requer atenção em sua convivência com outros animais.
Bud
Já o cão Bud, da raça pastor alemão, nasceu no dia 1/5/2017 e serviu à PCMG por cerca de cinco anos. Recentemente, ele foi diagnosticado com displasia coxofemoral bilateral, condição que comprometeu sua capacidade funcional, exigindo o afastamento definitivo das atividades operacionais.
Para Lídia, o cão se aposenta como um verdadeiro herói. “Bud foi responsável pela localização de materiais ilícitos em diversas operações, inclusive em ambientes de difícil acesso, como áreas de mata fechada, onde a atuação dos policiais era limitada pela complexidade do terreno”, exalta.
A investigadora descreve Bud como “um cão extremamente carinhoso, mas que não se adapta facilmente a qualquer pessoa, exigindo cuidados específicos e acompanhamento veterinário contínuo. Vive bem com outros cães, mas não pode ser submetido a esforço físico”.
Ivy
A cadela Ivy, também da raça pastor belga malinois, nasceu no dia de 8/2/2024. Ela passou pelo processo de formação policial, mas foi considerada inapta para o serviço, por motivos técnicos.
De acordo com Lídia, “Ivy é uma cadela carinhosa com pessoas, mas depois do período de adaptação. Ela apresenta nível elevado de energia, característico da raça, demandando atividades físicas diárias para seu bem-estar”.
Como adotar?
O processo de adoção ocorre mediante assinatura de termo específico, no qual o interessado deve comprovar idoneidade moral, ser reconhecidamente dedicado aos cuidados animais e possuir condições financeiras adequadas para garantir o bem-estar do cão.
Além disso, deve assegurar cuidados médicos-veterinários, higiene, alimentação e demais necessidades essenciais à saúde e qualidade de vida do animal. O cão adotado não pode ser empregado em atividade comercial ou laboral.
Os interessados devem enviar nome completo, endereço residencial e telefone de contato para a Polícia Civil, pelo e-mail coc.coe.pcmg@gmail.com . Após o recebimento das informações, a equipe da COC fará contato para agendar a entrevista presencial.
“A COC será rigorosa no cumprimento das exigências estabelecidas, não aceitando descuido, negligência ou descumprimento dos compromissos assumidos”, adverte Lídia, informando ainda que a doação pode ser revertida, caso comprovado descumprimento das exigências.
A COC
Ao longo de sua trajetória, iniciada em 1992, estima-se que aproximadamente 60 cães das raças pastor alemão, pastor belga malinois, border collie e labrador retriever tenham sido treinados pela PCMG e incorporados às atividades operacionais.
Atualmente, 12 cães atuam na PCMG em atividades de detecção de substâncias ilícitas, em cinoterapia (fins terapêuticos) e em demonstrações educacionais e recreativas. A COC conta com o empenho de nove investigadores – especializados na função de condutores, um coordenador operacional e um médico veterinário.