O comércio brasileiro deve registrar um movimento recorde de R$ 5,4 bilhões na Black Friday deste ano, cuja data principal será na próxima sexta-feira (28/11). A projeção é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que aponta forte avanço nas vendas e consolida o evento como um dos principais impulsionadores do varejo. Dois segmentos devem concentrar quase metade desse total: eletroeletrônicos e utilidades domésticas devem somar R$ 1,24 bilhão, enquanto móveis e eletrodomésticos devem alcançar R$ 1,15 bilhão.
Com o aumento na procura por esses equipamentos, a Cemig alerta que o desconto obtido nas lojas pode ser rapidamente perdido se a eficiência energética do aparelho não for observada no momento da compra. De acordo com Welhiton Adriano, engenheiro de Eficiência Energética da Companhia, muitas pessoas focam apenas no preço promocional e acabam levando para casa produtos que gastam mais energia ao longo de toda a vida útil do equipamento.
Segundo o especialista, a escolha consciente começa pela análise da potência do equipamento e pelo tempo médio de uso. Ele reforça que o cliente tem dois caminhos para evitar diminuir o consumo de energia: reduzir o tempo de funcionamento dos aparelhos ou optar por modelos mais eficientes (com potências menores). Ao comparar itens semelhantes, é recomendado priorizar os que consomem menos energia. Um equipamento barato, mas ineficiente, pode pesar na conta de luz por vários anos.
Classificação
Durante a Black Friday, o preço costuma ser o principal atrativo, mas modelos muito mais baratos que os similares podem apresentar baixa eficiência. Para identificar isso, é essencial consultar a tabela Ence (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia), do Inmetro, que classifica os equipamentos de A (mais eficientes) a G (menos eficientes). Se o aparelho estiver mal classificado, o desconto inicial pode não compensar, já que o consumo elevado tende a anular rapidamente a economia da compra.
Nas compras on-line, o cuidado deve ser redobrado, porque muitas páginas de e-commerce não exibem informações completas sobre eficiência energética. É recomendado conferir o modelo no site do fabricante ou em fontes confiáveis antes de finalizar o pedido.
Equipamento ineficiente vira “aluguel mensal” na conta de energia
Comprar um equipamento menos eficiente pode transformar o aparente desconto da Black Friday em um gasto contínuo para o consumidor. De acordo com Welhiton Adriano, quando o cliente escolhe um aparelho que consome mais energia, ele assume um "compromisso financeiro" que se repete mês a mês, durante toda a vida útil do produto. É como se estivesse contratando um “aluguel” adicional na conta de luz.
“O consumidor muitas vezes se empolga com a oferta e leva o produto mais barato, mas não percebe que está assumindo um compromisso permanente. Um aparelho que gasta mais energia funciona como um aluguel escondido: a cada mês, ele cobra um valor extra na conta de luz. Quando somamos esse custo ao longo de dez ou 15 anos de uso, o prejuízo pode ser bastante grande”, afirma o especialista da Cemig.
Essa diferença pode fazer com que a economia obtida na compra desapareça rapidamente. Para itens que funcionam diariamente, como geladeiras, máquinas de lavar e televisores, o gasto extra acumulado ao longo dos anos pode até superar o valor pago pelo equipamento.