O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, acompanhou, nesta quarta-feira (3/12), a chegada do primeiro lote gratuito da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), com 62.165 doses, destinado a gestantes a partir da 28ª semana de gravidez.
"O Governo do Estado tem uma preocupação grande com a lógica da primeira infância, principalmente, no que diz respeito aos cuidados de pré-natal. E hoje estamos dando um passo importante, especialmente quando a gente pensa na saúde dos recém-nascidos, que é o início da distribuição para todo o estado da vacina contra o vírus sincicial, o imunizante contra a bronquiolite", anunciou Mateus Simões. | ||
O imunizante será ofertado sem custos pela rede pública e tem como objetivo reduzir casos de bronquiolite, pneumonia e outras complicações respiratórias em recém-nascidos, especialmente nos primeiros meses de vida.
“A vacina contra a bronquiolite é aplicada na mãe grávida a partir da 28ª semana de gravidez. Em Minas, todas as mães dos 853 municipios mineiros passam a ter acesso a essa vacina na rede pública a partir de agora, com essa distribuição que começa hoje. A previsão é a distribuição de mais de 60 mil vacinas ao longo das próximas semanas”, disse o vice-governador.
Após a chegada das doses à Rede de Frio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) , em Belo Horizonte, terá início a distribuição imediata para os 853 municípios mineiros. O envio será feito pelas 28 Unidades Regionais de Saúde, seguindo critérios técnicos que consideram o número de nascidos vivos por local de residência da mãe. A orientação é que a vacinação seja iniciada assim que o imunizante chegar às salas de vacina, integrada às consultas de pré-natal.
Sobre o vírus sincicial respiratório
O vírus sincicial respiratório é a principal causa de infecções do trato respiratório inferior em crianças menores de 2 anos. Ele responde por cerca de 75% dos casos de bronquiolite e por aproximadamente 40% das pneumonias nessa faixa etária. Bebês com menos de seis meses são os mais vulneráveis e têm maior risco de desenvolver formas graves da doença.
“Essa vacina se destina às gestantes com o objetivo de proteger o bebê já desde o nascimento contra a bronquiolite, que é uma doença que preocupa muito as mães e o sistema de saúde. A bronquiolite é responsável pela maioria dos casos de pneumonia que acometem as crianças e é causa constante de hospitalização no estado”, ressaltou a secretária adjunta da SES-MG, Poliana Lopes.
Em 2025, o país registrou dezenas de milhares de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave por VSR, com prevalência entre crianças pequenas, o que reforça a importância da proteção desde a gestação.
Público-alvo
A vacina é indicada para todas as gestantes a partir da 28ª semana, sem restrição de idade materna. O esquema é de dose única a cada gestação. A estratégia busca proteger crianças menores de seis meses, período de maior risco para complicações e internações.
Em Minas, o público estimado é de cerca de 230 mil gestantes. Nesta primeira etapa, o estado recebe 62.165 doses, sendo o segundo maior volume do país, atrás apenas de São Paulo. Novas remessas serão enviadas pelo Ministério da Saúde, conforme o cronograma nacional.
Vacina
A vacina contra o VSR é do tipo recombinante, desenvolvida a partir de uma proteína do próprio vírus. Ao ser administrada na gestante, estimula a produção de anticorpos que atravessam a placenta e protegem o recém-nascido nos primeiros meses de vida.
Estudos clínicos mostram redução de até 81,8% dos casos graves de doença respiratória causada pelo VSR nos primeiros 90 dias após o nascimento, e de 69,4% até os 180 dias.
A aplicação é intramuscular, em dose de 0,5 ml, e o imunizante deve ser armazenado entre 2°C e 8°C. Após reconstituição, deve ser utilizado em até quatro horas. As reações mais comuns são leves e de curta duração, como dor local, dor de cabeça e dor muscular. A vacina pode ser administrada no mesmo dia que outros imunizantes recomendados no pré-natal, como influenza, covid-19 e dTpa.
A incorporação do imunizante ao Calendário Nacional da Gestante fortalece as ações de cuidado materno-infantil e contribui para reduzir internações, complicações e a pressão sobre os serviços de saúde, especialmente nos períodos de maior circulação de vírus respiratórios.