O que seria apenas um almoço em família mudou a vida do pequeno Lucas Couto, de 4 anos, e dos que o amam. Um acidente doméstico transformou segundos de distração em um cenário de medo. Enquanto brincava na cozinha, Lucas caiu de costas em uma panela com óleo quente que havia sido deixada no chão.
As queimaduras foram graves. Hoje, mais de dois meses depois, a história ganhou capítulos de superação e esperança, escritos dentro do Hospital João XXIII (HJXXIII), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) , com um desfecho especial: a alta que permitirá ao menino passar o Natal em casa.
“Quando cheguei e vi meu filho sendo socorrido, fiquei sem reação”, relembra a mãe, a dona de casa Kamilla Couto. Um bombeiro que estava próximo ajudou no socorro imediato. Lucas foi levado para atendimento de urgência e, pouco depois, veio a transferência para o HJXXIII, referência no tratamento de queimados.
“Eu não conhecia o João XXIII, mas falaram que era o melhor para queimaduras. Chegando lá, ele foi direto para a primeira cirurgia e, desde então, passou por outros seis procedimentos”, conta Kamilla.
Lucas chegou à unidade com queimaduras de segundo e terceiro graus na face, tronco, braços e mãos. “Todas as intervenções aconteceram no tempo certo e ele foi evoluindo muito bem, com boa cicatrização das lesões”, explica a coordenadora de enfermagem do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), Carolina Lima. A criança recebeu alta no dia 18/12.
Momentos desafiadores
Segundo a mãe, a boa evolução das lesões das mãos do filho, que passaram por vários procedimentos de reconstrução, é uma das maiores vitórias do tratamento. “Só recentemente fiquei sabendo que houve risco de amputação, já que o pai dele me poupava das notícias piores”, afirma.
O cuidado humanizado também foi fundamental na recuperação de Lucas. “Ele é uma criança mais séria, tem dificuldade de se soltar. Chegou aqui com muito medo e trauma, mas a equipe teve muita paciência para se aproximar dele. Todos foram atenciosos e carinhosos”, destaca Kamilla.
A coordenadora de enfermagem do CTQ salienta que o atendimento exigiu um cuidado diferenciado. “Foi um processo em que a equipe e o Lucas caminharam juntos, superando cada etapa. Ele seguirá em acompanhamento ambulatorial, com troca de curativos e avaliações e, possivelmente, precisará de novas intervenções no futuro, mas vamos vencendo cada fase. Ele é muito forte e enfrenta tudo com um lindo sorriso no rosto”, afirma.
Agora, a família vive um momento que parecia distante: o retorno para o lar. “Saber que vamos passar o Natal em casa foi uma surpresa e traz uma gratidão imensa. A recuperação dele foi muito rápida e a cada dia ele se supera mais. Com certeza, este Natal vai ser o mais especial da nossa vida”, diz Kamilla, emocionada. A felicidade também tomou conta da irmã Loyce, de seis anos, que contava os dias para ter o irmãozinho de volta.