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Museu Casa Guignard apresenta exposição inédita que recupera desenhos invisíveis de Guignard

Público poderá conferir os trabalhos a partir do dia 24/9 em mostra que integra a programação da 19ª Primavera dos Museus

16/09/2025 às 09h37
Por: Artur Valério Fonte: Secom Minas Gerais
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Israel Crispim
Israel Crispim

O Museu Casa Guignard, equipamento do Governo de Minas em Ouro Preto sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG) , abre suas portas para uma mostra inédita que devolve à memória do público duas obras praticamente invisíveis do mestre Alberto da Veiga Guignard.

Intitulada “Do Invisível ao Visível”, a exposição, a ser inaugurada no dia 24/9, reúne desenhos originais do artista e as imagens recuperadas por meio de técnicas avançadas de fotografia científica, em um trabalho pioneiro no Brasil.

A iniciativa é fruto da pesquisa realizada por Larissa Oliveira, conservadora e restauradora de bens culturais do Núcleo de Gestão de Acervos da Diretoria de Museus (DIMUS/Secult-MG). O estudo, apresentado recentemente em Granada, na Espanha, no evento internacional Archiving 2025 – Cultural Heritage Imaging, Preservation, and Access, foi desenvolvido como Trabalho de Conclusão de Curso na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sob orientação do professor Alexandre Leão.

Durante seis meses, Larissa aplicou metodologias que empregam diferentes radiações do espectro eletromagnético, como luz visível, fluorescência ultravioleta, infravermelho e imagem multiespectral, além de técnicas como RTI e luz rasante.

O resultado é surpreendente: desenhos quase apagados pelo tempo ganharam nova visibilidade sem que houvesse qualquer intervenção física sobre o papel, preservando a integridade da obra original.
 

 

"O resultado possibilitou que pudéssemos visualizar a obra por inteiro, pois elas se encontravam praticamente invisíveis. Também nos permitiu enxergar detalhes que antes não eram perceptíveis. Esse trabalho é fundamental para que pesquisadores e o público em geral tenham acesso às obras, compreendam as degradações sofridas ao longo do tempo e reconheçam os detalhes recuperados pelo processo", destaca a restauradora Larissa Oliveira. 

 
  
  

A coordenadora do Núcleo de Gestão de Acervos Museológicos da DIMUS/Secult-MG, Elvira Nóbrega, ressalta que a pesquisa nasceu do diálogo entre instituições culturais mineiras e a universidade.

“A ideia deste trabalho surgiu a partir de uma palestra no Arquivo Público Mineiro, onde a professora Márcia Almada e o professor Alexandre Leão explicaram como haviam aplicado a tecnologia de imagem multiespectral para recuperar a legibilidade de documentos. Pensamos: por que não aplicar essa mesma tecnologia para recuperar os desenhos de Guignard, em outro âmbito, o do patrimônio artístico?”, disse.

Antes e depois de desenho de Guignard de 1956 recuperado.
 Museu Casa Guignard / Divulgação



A coordenadora ainda ressalta que a parceria entre a Diretoria de Museus e a Escola de Belas Artes da UFMG foi fundamental para possibilitar o uso de novas tecnologias para o campo da restauração e aplicá-las na prática cotidiana dos museus.

Para o professor Alexandre Leão, coordenador do iLab e do PrismaLab da UFMG, a pesquisa demonstra o potencial transformador da união entre ciência, arte e tecnologia.

“Com as técnicas de imagem científica, conseguimos recuperar visualmente informações apagadas sem alterar o objeto original. É uma inovação que conecta diferentes áreas do conhecimento e, no caso das obras de Guignard, revelou traços antes invisíveis. Foi um resultado extraordinário, que mostra a importância de avançarmos nesse campo de estudo”.

Antes e depois de desenho de Guignard de 1958 recuperado.
 Museu Casa Guignard / Divulgação



Do Invisível ao Visível

A exposição integra a programação da 19ª Primavera dos Museus, promovida nacionalmente pelo Ibram, que neste ano traz o tema “Museus e mudanças climáticas”. No Museu Casa Guignard, além da mostra, a programação contará com a mesa-redonda “Práticas de conservação em museus: desafios e possibilidades”, com a participação de Larissa Oliveira, do professor Régis Martins (IFMG-OP) e da conservadora Thaís Oliveira.

O público também poderá participar de oficinas gratuitas, como “Lembrei de Você”, em parceria com o grupo de bordadeiras da FAOP, e “Observação da Paisagem”, abertas a toda a comunidade. 

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