O  Governo de Minas , por meio da  Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede-MG) , e em parceria com o Sebrae, apoiou artesãos mineiros durante a 5ª edição da Viagem para a Origem, realizada no Vale do Jequitinhonha, em agosto.

A ação gerou mais de R$ 450 mil em compras diretas e encomendas para os 143 artesãos beneficiados. Ao todo, 4.442 mil peças foram comercializadas e o resultado representa aumento de mais de 55% em relação à edição anterior ocorrida na mesma região, em 2023. Trata-se também do maior resultado já obtido desde o início da iniciativa.

Com o objetivo de aproximar os artesãos de compradores nacionais e expandir o acesso a novos mercados, lojistas de sete estados brasileiros, além de Minas Gerais, visitaram 38 núcleos de artesanato nos municípios de Diamantina, Minas Novas, Turmalina, Chapada do Norte, Berilo, Francisco Badaró, Araçuaí, Ponto dos Volantes, Itaobim, Caraí, encerrando em Teófilo Otoni.

A Sede-MG conduziu a logística do transporte das peças de artesanato adquiridas durante a viagem, utilizando o caminhão do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB). Para a secretária da Sede-MG, Mila Corrêa da Costa, valorizar o artesanato mineiro vai além de garantir dignidade e geração de renda para as famílias da região do Vale do Jequitinhonha.

Jornada de tradição e revalorização cultural

Os compradores de Alagoas, Ceará, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Sergipe foram recebidos no aeroporto de Confins para iniciarem, junto aos lojistas mineiros, uma jornada de uma semana, que teve início no município de Minas Novas.Durante a chegada na "cidade-mãe" do Vale do Jequitinhonha, houve o lançamento de uma coleção que resgata peças e técnicas trabalhadas por associações de Minas Novas, Turmalina e Santana do Araçuaí.

“Hoje as pessoas procuram exclusividade e Minas Gerais ocupa lugar de destaque no artesanato e na cultura barroca. As peças Vale são conhecidas como obras de arte por serem feitas à mão e com carinho. Por isso, para mim, é uma honra poder estar aqui”, relata o proprietário de uma loja de artesanato em Florianópolis, Rodrigo Marchioro Voltolini, que participou pela primeira vez da expedição.

Além de gerar renda, para muitas famílias o artesanato se tornou tradição que ultrapassa gerações, como é o caso de Anísia Lima de Souza que há 40 anos se dedicada ao ofício.

“Faz mais de 100 anos que o artesanato está na minha família. É tradição passada de mãe para filha, e é de onde tiramos o sustento. Na verdade, é a principal fonte de renda da maioria das famílias daqui da região”, conta Anísia. “A coleção mostrada aqui é muito importante porque resgatamos o passado para abrir novos mercados. Esta expedição pode abrir novas portas para a gente”, completa a artesã.

_{Expedição de lojistas garante R$ 450 mil em negócios para 143 artesãos do Vale do Jequitinhonha, com 4.442 peças comercializadas.}

_{Ana Torres / Sede-MG}

Cibele Dias de Souza, filha de Anísia, tem 24 anos e seguiu a tradição familiar e estava no evento comercializando suas peças artesanais. Além de artista, ela cursa administração para organizar melhor as finanças do ofício da família.

“Eu sempre tive contato com o barro. Cresci vendo minha mãe e avó trabalhando, sempre foi a fonte de renda da família. Decidi fazer o curso superior pois entendi que é necessário saber administrar o que a gente faz e gosta e, em troca, temos um retorno financeiro para viver a vida tranquilamente e aproveitar a família”.

Tradição que abre portas

Apesar dos desafios socioeconômicos enfrentados ao longo do tempo, o Vale do Jequitinhonha preservou e desenvolveu uma cultura rica e diversificada. Jovens artesãs e artesãos mantêm viva a tradição, incorporando novas técnicas e estilos, sem perder a essência que caracteriza o ofício.

As peças produzidas pelos artesãos da região abrangem trabalhos em cerâmica, madeira, couro e fibras naturais. Além da tradição do artesanato do Vale do Jequitinhonha, que atrai visitantes do Brasil e do mundo, algumas pessoas se inspiram pelas histórias dos artesãos da região.

A empresária Rosane Giacomelli Consigliero, que participa pela terceira da expedição, relata que sua admiração vai além da arte do Vale do Jequitinhonha.

“As meninas da região fazem um trabalho de cerâmica fantástico. A gente olha e se apaixona. Quando conhecemos um pouco da história delas então, queremos ficar por aqui. É realmente um encontro de vida e paixão”, conta a proprietária de uma loja de artesanato no Aeroporto Internacional de Fortaleza.

As feiras e os eventos promovidos no Vale do Jequitinhonha permitem o encontro entre os artesãos e o mercado externo. Desta forma, em sua 5ª edição, o projeto Viagem para a Origem reúne lojistas de todo o Brasil ampliando as oportunidades de negócios e o reconhecimento do trabalho artesanal da região.