
O projeto Ler para ver – Braille Delivery entra no terceiro mês de funcionamento com aprovação crescente do público beneficiário. Inaugurada pelo Governo de Minas , por meio da Secretaria de Governo e da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo , em agosto deste ano, a iniciativa é voltada a deficientes visuais ou pessoas com baixa visão e atende os residentes em Belo Horizonte e municípios que compõem a Região Metropolitana, como Betim, Contagem, Nova Lima e Matozinhos.
Elizete Gomes Lisboa, moradora do bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte, foi a primeira contemplada com o projeto, e ressalta a importância da ação: “Para quem não enxerga se deslocar para a Biblioteca, é mais difícil. Tenho a convicção de que vai incentivar a leitura entre as pessoas com deficiência visual e, com certeza, vai ter mais gente lendo em braille”, comenta.
Eduardo Homem de Sá, morador do bairro Madre Gertrudes, também compartilha a alegria de receber os volumes em casa. “Estou muito feliz em receber os livros, porque, há muito tempo, não tenho acesso à leitura em braille, pela dificuldade de ir à Biblioteca. O volume é pesado para carregar no ônibus. É complicado. Tenho criança, família, trabalho, e o deslocamento é difícil. Estou muito feliz de voltar a ter acesso à leitura”, relata Eduardo Homem de Sá, morador do bairro Madre Gertrudes.
“O braille é essencial à leitura, ele te leva a autografia, a escrever, te faz tocar nas palavras. Muito obrigado a todos pelo projeto”, acrescenta Elson de Souza Lopes, morador do Centro da capital.
De agosto a outubro, já foram realizadas 32 entregas. Para a diretora do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB), Júlia Drumond, “isso mostra o caráter ativo da Secult-MG na promoção dessa política pública. É muito importante porque faz com que muitas barreiras, que existem, para o deslocamento e acesso da população, sejam superadas. Por meio dessa política, a gente consegue chegar a diversos lugares para atendimento”.
Para a coordenadora do Núcleo de Extensão e Ação Regionalizada (Near) da Biblioteca Pública Estadual, Gildete Veloso, a adesão do público confirma o propósito da iniciativa. “Pessoas cegas ou com baixa visão têm dificuldades no acesso a livros, que comprometem a formação, o lazer e a inclusão social. Nesse contexto, o trabalho representa avanço ao garantir autonomia aos leitores”, analisa.
Como funciona
Para realizar o empréstimo é necessário o cadastro e a confecção de uma carteirinha. Esta pode ser feita a partir do envio de cópia dos documentos: carteira de identidade (RG), comprovante de residência, e, para quem tem baixa visão, atestado médico para o e-mail braille.sub@gmail.com ou via whatsapp no número (31) 98675-0251.
Após fazer a carteirinha, a pessoa tem direito a pegar emprestado três títulos em braille ou cinco audiolivros. O empréstimo é de 14 dias, com devolução feita também em domicílio. A renovação pode ser feita por igual período, com pedido feito pelo Whatsapp (31) 98675-0251 ou pelo telefone (31) 2128-8248.
Por enquanto, os empréstimos são realizados em Belo Horizonte e em cidades próximas. O interessado pode entrar em contato para saber se o seu município é atendido. As entregas acontecem de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h.
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