
Mais do que alertar sobre o câncer de próstata, o Novembro Azul quer provocar uma mudança de comportamento. A campanha incentiva uma relação mais preventiva com a própria saúde. O alerta é necessário: segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), seis em cada dez homens só procuram um médico quando os sintomas já estão avançados, e quase metade não faz consultas preventivas.
A preocupação é real. Entre 2020 e 2024, o número de diagnósticos de câncer de próstata aumentou 32%, segundo o Ministério da Saúde. Em Minas Gerais, o cenário também acende um alerta: o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 78,1 mil novos casos de câncer por ano entre 2023 e 2025 — um total de cerca de 234 mil diagnósticos no período. Os números reforçam a urgência de fortalecer as estratégias de prevenção, ampliar o acesso ao diagnóstico precoce e garantir tratamento de qualidade à população.
Na fase inicial, o câncer de próstata costuma ser silencioso, sem apresentar sintomas evidentes. Quando eles aparecem, os mais comuns incluem dificuldade para urinar, demora para iniciar e finalizar a micção, presença de sangue na urina, diminuição do jato urinário e aumento da frequência urinária, tanto durante o dia quanto à noite. No entanto, esses sinais não são exclusivos do câncer e podem estar associados a outras condições benignas da próstata. Entre elas, destacam-se a hiperplasia prostática benigna, um aumento não cancerígeno do órgão que afeta mais da metade dos homens com mais de 50 anos e está relacionado ao envelhecimento e a prostatite, uma inflamação geralmente causada por infecções bacterianas.
O câncer de próstata é a segunda doença que mais afeta homens no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele. “Quanto mais idoso, maior a chance de ter a neoplasia. Mas o rastreamento já começa a partir dos 45, 50 anos”, explica a urologista Emília Susume, da Hapvida.
Sedentarismo, obesidade e histórico familiar estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da patologia. “Se você tem pai, irmão ou outro familiar com câncer, a probabilidade é maior. Por isso, a prevenção é fundamental”, afirma a especialista.
Emília também ressalta que uma rotina equilibrada, com alimentação saudável e prática de atividade física, pode reduzir problemas. “Alimentos ricos em licopeno, como tomate e melancia, ajudam na proteção celular e diminuem as chances de desenvolvimento da doença”, orienta.
Da mesma forma que as mulheres, os homens também precisam olhar com mais atenção para a própria saúde. Isso envolve um enfoque integral. Não basta apenas a realização de exames preventivos, mas também o cuidado e a conscientização da importância de se adotar práticas salutares na rotina.
“Diminuir a obesidade e o consumo de alimentos ultraprocessados, adotar uma alimentação correta, praticar exercícios físicos e cuidar da saúde mental são condutas importantes para uma saúde holística”, afirma a especialista.
Além da prevenção médica, atitudes simples fazem diferença no bem-estar diário. Buscar apoio psicológico, participar de grupos de ajuda e manter uma rede de apoio familiar são práticas que fortalecem a saúde emocional durante o tratamento ou mesmo na prevenção.
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