
O secretário Nacional de Hidrovias e Navegações, Otto Burlier, defendeu durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30, nesta segunda-feira (17), em Belém (PA), a modernização e a adaptação climática das hidrovias brasileiras durante o painel “Diálogos Hidroviáveis – Navegação Interior”. Realizado na Green Zone e promovido pela Agência de Desenvolvimento Sustentável das Hidrovias e dos Corredores de Exportação (Adecon), o debate reforçou a urgência de ampliar financiamento, fortalecer a governança e preparar a infraestrutura hidroviária para eventos climáticos extremos — das secas severas na Amazônia às cheias intensas no Sul do país.
Ao abrir as discussões, Otto Burlier destacou a urgência no debate e nas ações para a agenda climática nacional. “Precisamos tornar os rios brasileiros mais estratégicos no enfrentamento às mudanças climáticas. A adaptação das hidrovias não é mais uma alternativa futura, é uma necessidade urgente. A logística brasileira depende dos rios, especialmente na Amazônia, e precisamos garantir que eles continuem navegáveis mesmo diante das mudanças climáticas. Isso significa financiamento estruturado, planejamento de longo prazo e governança integrada”, afirmou.
O diretor do Departamento de Gestão Hidroviária, Eliezé Bulhões ressaltou avanços recentes na gestão hidroviária, com foco em adaptação climática. Segundo ele, nos últimos 18 meses a Secretaria estruturou um novo modelo de governança baseado em monitoramento climático, planejamento de dragagens e ações emergenciais para assegurar a continuidade da navegação. “A modernização da infraestrutura hidroviária é essencial para garantir competitividade logística, segurança das comunidades ribeirinhas e redução das emissões no transporte”, concluiu.
Diálogos Hidroviáveis
Criado para ampliar a visibilidade da navegação interior e seu papel na transição ecológica, o evento Diálogos Hidroviáveis reúne, anualmente, governo, especialistas, empresas e entidades do setor para discutir soluções que tornem os rios brasileiros mais resilientes e estratégicos frente às mudanças climáticas. A iniciativa busca consolidar os rios como vias de transporte limpas, eficientes e essenciais para a integração social e a redução de emissões.
Durante o encontro, o presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentável das Hidrovias e dos Corredores de Exportação (Adecon), Adalberto Tokarski, reforçou a importância de recolocar os rios no centro do planejamento nacional. “O Brasil guarda um tesouro logístico nos seus rios, capaz de impulsionar uma transição ecológica real, com menos emissões e maior eficiência”, afirmou. Ao citar rios como Amazonas, Tocantins, Madeira e Tapajós, destacou o potencial das hidrovias para descarbonizar o transporte e reduzir impactos ambientais.
Além do MPor, participaram representantes de entidades como a Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior (Abani), a Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), a Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop) e a Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport). Todas defenderam que a COP30 marque a consolidação definitiva da navegação interior na agenda climática.
A expectativa é que a projeção do evento impulsione investimentos, amplie a cooperação entre ministérios e estimule novos projetos voltados à modernização e à resiliência dos corredores hidroviários do país.
Assessoria Especial de Comunicação Social
Ministério de Portos e Aeroportos
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