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Pedestre não tem vez em Pedro Leopoldo

Pedro Leopoldo, a cidade centenária onde pedestre não tem preferência nas ruas e arrisca a vida para chegar ao Hospital Municipal

13/03/2024 às 08h41
Por: Ryan Lucas Fonte: OBSERVADOR
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Trânsito intenso de veículos em frente do PA central e o local não tem nenhuma indicação de travessia de pedrestres
Trânsito intenso de veículos em frente do PA central e o local não tem nenhuma indicação de travessia de pedrestres

Pedro Leopoldo completou 100 anos em 27 de janeiro passado e deixa para o seu segundo século uma triste herança: a falta de um olhar profissional para o planejamento urbano com o foco no cidadão. O planejamento urbano em Pedro Leopoldo seguramente é uma obra de ficção. Nossos políticos têm olhos apenas para a reeleição e a incompetência para resolver questões como mobilidade urbana é gritante.
A cidade foi planejada e administrada para beneficiar carros. O pedestre não existe e se existe é brutalmente ignorado pela administração pública. Basta andar a pé na cidade para se constatar a dificuldade em atravessar as ruas. São poucas as travessias elevadas de pedestres e nelas nem sempre o motorista respeita quem ali anda. “Motoqueiros então, nem pensar, passam raspando na gente sobre a travessia”, lamenta Maria Eulália da Conceição, 56 anos, moradora do Bairro da Lua.
As travessias elevadas para trânsito de pedestres são de fato uma conquista, mas na cidade são inúmeros pontos de grande circulação e não existe nenhuma sinalização que favoreça ao pedestre.
E não precisa ir muito longe para identificá-las. Ao lado da Prefeitura Municipal, a poucos metros do gabinete da prefeita e de toda sua assessoria começamos nossa reportagem. Ana Lúcia, traz na mão esquerda uma sacola e com a mão direita segura o braço da filha pequena e no passeio do Posto de Combustíveis ao lado da Rua Dr Cristiano Ot0ni aguarda o semáforo fechar para os carros que seguem para a rua Dr Herbster. 
No local inexiste qualquer indicação de local para a travessia de pedestres. Fechado o semáforo ela começa a travessia, mas logo se assusta ao chegar no meio da rua, pois outro semáforo fora aberto para os veículos que se dirigem no sentido Rodoviária.
Assim como ao lado da Praça da Prefeitura, a mesma cena acontece na Praça Dr Senra. Quem se dirige ao Hospital Municipal em busca de saúde pode chegar lá atropelado ou morto pois enfrenta uma verdadeira façanha nessa caminhada onde não encontra nenhuma sinalização que facilite sua travessia de ruas. 
A pessoa que está na Praça tem que esperar ou a boa vontade dos motoristas ou então terminar a grande fila de carros, ônibus, motos e caminhonetes para então atravessar a movimentada Rua Comendador Antônio Alves.
Vencido este primeiro obstáculo, novo desafio. Agora é atravessar a Rua Dr Rocha em frente ao pontilhão da Rede Ferroviária. “Tem carro subindo para o São Geraldo e carro vindo do São Geraldo. É uma loucura e não tem nada de sinalização, reclama o pintor Aristides, morador do bairro Joana D’Arc que atravessa a rua correndo fugindo dos veículos que não param.
 Mas desafio mesmo é chegar até ao Hospital Municipal. Ao passar sob o pontilhão da Rede Ferroviária, Aristides para e observa o movimento de veículos no local. São carros subindo para o PA. Carros vindo do PA. Carros subindo e descendo do Bairro São Geraldo. 
Ali não há nenhuma sinalização para pedestres. Situação diária e triste é ver servidores municipais trajados de branco para o trabalho no Hospital Municipal (PA) atravessarem a rua correndo. 
Mulheres com crianças enfrentam o mesmo problema no local. 
Idosos convalescentes com alta hospitalar passam pela mesma situação. 
Pacientes que saem a pé do PA deparam-se com o mesmo desafio: carros atravessando em todos os sentidos e a falta de um olhar sensato do poder público para o pedestre.

 

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