Após suspender emissão de passagens aéreas da linha Promo, empresa está oferecendo vouchers para serem trocados por serviços, mas está parcelando o valor. Cada cupom só pode ser usado para uma compra, o que não está compensado para as pessoas.
A123 Milhas não está pagando corretamente o que deve a clientes, relatam consumidores ao g1.
A empresa está oferecendo vouchers parcelados no valor da compra, mais uma correção de 150% do CDI. Mas os cupons só podem ser usados 1 vez a cada compra, o que não cobre os gastos que os clientes tiveram com as viagens, segundo relatos.
A suspensão de pacotes e da emissão de passagens de sua linha promocional anunciada pela empresa afeta viagens já contratadas com datas flexíveis e embarques previstos a partir de setembro de 2023.
A companhia afirmou que está devolvendo os valores pagos pelos clientes por meio de vouchers, que podem ser trocados por passagens, hotéis e pacotes da própria agência.
No entanto, segundo advogados, os consumidores têm direito a receber o dinheiro de volta, inclusive com correção de juros, ou exigir que a empresa cumpra o contrato.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça, notificou a 123 Milhas a dar explicações. O prazo para a empresa responder termina nesta quinta-feira (24).
A empresa
A 123 Milhas foi fundada em Belo Horizonte em 2016. O capital social, valor inicial investido pelos sócios para a abertura da empresa, foi de R$ 1 milhão. De acordo com dados da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim), do governo federal, o quadro societário da 123 Milhas é composto por Ramiro Julio Soares Madureira e Augusto Julio Soares Madureira, como administradores, e pela Novum Investimentos Participações S/A, como sócia.
A oferta da linha promocional, que teve pacotes e emissão de passagens suspensos, funciona assim: a empresa vende bilhetes aéreos e hospedagens a valores abaixo do mercado. As viagens não têm data marcada, porque a agência precisa pesquisar dias de voo e estadia mais baratos.
Com o arrefecimento da pandemia, a procura por viagens aumentou, e os serviços ficaram mais caros. A 123 Milhas passou, então, a não encontrar passagens e hospedagens dentro da faixa de preço cobrada dos clientes.
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